Mar,
Metade da minha alma é feita de maresia.
Há muito que deixei aquela praia
De grandes areais e grandes vagas
Mas sou eu ainda quem na brisa respira
E é por mim que espera cintilando a maré vasa
Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar
No mar passa de onda em onda repetido
O meu nome fantástico e secreto
Que só os anjos do vento reconhecem
Quando os encontro e perco de repente
As ondas quebravam uma à uma
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só p’ra mim
Sophia Mello Breyner
PS: BOM DIA!
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