quarta-feira, junho 15, 2005

Hoje acordei com sabor a maresia...

Mar,
Metade da minha alma é feita de maresia.



Há muito que deixei aquela praia

De grandes areais e grandes vagas
Mas sou eu ainda quem na brisa respira
E é por mim que espera cintilando a maré vasa


Quando eu morrer voltarei para buscar

Os instantes que não vivi junto do mar

No mar passa de onda em onda repetido

O meu nome fantástico e secreto
Que só os anjos do vento reconhecem
Quando os encontro e perco de repente

As ondas quebravam uma à uma

Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só p’ra mim

Sophia Mello Breyner

PS: BOM DIA!

Sem comentários: