terça-feira, julho 26, 2005

Continuação das noites mal dormidas....

Tinham uma amizade especial, o Sol e o Céu. Dependiam um do outro para se sentirem felizes. O Sol exercia fascínio sobre o Céu e este queria desesperadamente conhecer o Sol, saber para onde ele ia, quando seguia em direcção ao Horizonte, essa figura distante e inalcançável para o Céu. Ouso em dizer que ele até sentia um pouco de ciúmes do Horizonte, que só abria a porta do seu caminho ao Sol... Enquanto o Céu se envolvia no seu manto negro e palreava com a Lua e as Estrelas, que faria o Sol, lá longe, no Horizonte?
Por sua vez o Sol, admirava solenemente o Céu. Tinha um respeito por ele impensável e roía-se de inveja dele poder estar horas infinitas com a sua prima Lua, que devido a uma brincadeira de infância e uma zanga entre famílias, ficou proibido de ver até ao fim dos Tempos. Além de que podia brincar todos os santos dias...ups, noites, com as suas irmãzitas roliças e brilhantes. Ele achava que a Noite era uma paródia completa. Ainda se lembrava da Lua e da sua magia e mistério, sempre a primeira a brincar às charadas e que o obrigava a dar-lhe sempre luz, mas que às vezes se escondia e ninguém... mas mesmo ninguém, a podia ver! Quando ia ter com o Horizonte, o Sol ia já com uma vontade muda que a Manhã o viesse buscar de volta, lá... ao Horizonte.
E era assim há anos e anos. Todos os dias da existência de cada um.
O Sol luminoso, o Céu querendo perceber melhor o seu brilho.Quando se encontravam todas as manhãs era uma alegria total. Era tão esfuziante o reencontro, que todos os pássaros e galos do mundo começavam a cantarolar o hino a esse reencontro. Mesmo quando o sol estava preguiçoso, o Céu pedia ao Vento para chamar as Nuvens para o Sol poder descansar e assim, terem mais tempo para falarem um com o outro.


PS: qualquer dia tenho que arranjar um nome para isto. Não pode ser só insónia!

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