Obviamente!
Amanhã já não o poderia dizer, por causa da reflexão.
Não tenho por que explicar, porque a verdade é que tem que ver com o que acredito, com o que sou e com o que penso.
Porque não quero decidir sobre a minha vizinha do lado.
Porque acho nojento dizer-se que um feto de 9 semanas é um ser humano, e não se dizer o mesmo quando se trata de violação ou um ser com mal-formações.
Porque não concebo que um país europeu, que se quer moderno, continue a penalizar quem faz um aborto.
Porque não entendo como podem existir mulheres a morrer em Portugal, por causa do aborto clandestino.
Porque sou a favor de um acompanhamento multidisciplinar no processo de escolha, que tem que ver com um apoio psicológico, com o apoio médico, com o apoio social.
Mas, principalmente, porque todos os dias vejo meninos mal tratados, abusados, com psicopatologia grave devido a más vinculações precoces.
A campanha do Não é inqualificável. Como se o aborto fosse uma coisa que se usa como contraceptivo. Isso é negar as emoções, as angústias, o desespero de um ser humano, que por ter vários anos de vida já não é digno de ver a sua vida perservada.
Possivelmente eu nunca faria um aborto. Mas quem sou eu para saber o que pensa, sente e vivencia a minha vizinha do lado?!
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